28.1.08

pequeños sueños

A vida é feita dos pequenos prazeres.
Andar pelas ruas.
Acordar com o céu cinza.
Ver o amor da sua vida.
Esse não é um sonhozinho.
Não sei se é sonho.
Ou apenas uma utopia.
Quero desistir. Não vou nem mais tentar te achar. Na verdade já achei, mas sei que não vai dar em nada. Nunca. Preciso esquecer. Preciso desistir. Mas a cada dia que passa, sei que você é o único. Meu único sonho, que parece não se concretizar.
É como ter e nunca ter. É quase um amor platônico. Porque não um platônico? É tão romântico e lindo. Viver com essa dor. Dor ou apenas me acostumei com essa coisa? Esse não ter nada e ao mesmo tempo não ter um vazio.

24.1.08

um pouco de mim

é ridículo dizer quem sou, se ao menos eu soubesse...
só sei que estou aproveitando a minha vida. Parece que não, mas estou. Do meu modo. Gosto de muita coisa, porém... não gosto de muita também. Pode-se dizer que não gosto de coisas convencionais. Quero ter um carro amarelo, gosto de usar roupa preta, mas ao mesmo tempo adoro verde, rosa, laranja e amarelo. Quando estou triste, adoro ouvir músicas alegres. Quando estou emanando alegria, adoro ouvir uma música extremamente triste. Até gritada, de dor.
Ouço muita música. Depende do meu humor pra saber o que quero sentir. Parece aleatório, mas muito pelo contrário. É algo que sinto quando ouço certa coisa que preciso ouvir na hora. É como tivesse uma trilha sonora para cada momento da minha vida. É estranho. E é um vício. Se não escuto, começo a cantar. Não importa onde eu esteja.
Amo arte. De todas as instâncias. Adoro descobrir coisas novas. Adoro visitar exposições. Quero aprender a grafitar. Quero fazer um curso de artes plásticas.
Adoro estudar. Sim, não estou mentindo. Curto muito ler livro. Prefiro ler um livro à ir à praia.
Adoro trabalhar. Criar, e ficar na frente do computador são atividades que estão em meu ser. Quero não parar, não consigo ficar parada. Minha mente não pára. E é meio fértil. Digo coisas que às vezes nem acredito.
Adoro filmes, principalmente aqueles em que a narrativa não é em ordem cronológica. Não gosto dos previsíveis. O bonzinho ganha, o mocinho fica com a mocinha no final. Isso me irrita. Também me irrita músicas ruins. E me irrita barulhos, como o da barra de espaço do teclado. E são os simples prazeres da vida que me faz sentir que viver realmente vale a pena. Uma boa música, amigos, boas risadas... enfim, tudo em que há amor... e tudo o que podemos sentir.

23.1.08

Sampa...

de Caetano Veloso

Alguma coisa acontece
No meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga
E a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui
Eu nada entendi
Da dura poesia concreta
De tuas esquinas
Da deselegância discreta
De tuas meninas...

Ainda não havia
Para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece
No meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga
E a Avenida São João...

Quando eu te encarei
Frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
De mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio
O que não é espelho
E a mente apavora o que ainda
Não é mesmo velho
Nada do que não era antes
Quando não somos mutantes...

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho
Feliz de cidade
Aprende depressa
A chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso
Do avesso do avesso...

Do povo oprimido nas filas
Nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue
E destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe
Apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas
De campos e espaços
Tuas oficinas de florestas
Teus deuses da chuva...

Panaméricas
De Áfricas utópicas
Túmulo do samba
Mais possível novo
Quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam
Na tua garoa
E novos baianos te podem
Curtir numa boa...







Ainda hoje essa música é atual. Como se diz, clássico é clássico. Não faz muito tempo que parei para pensar e analisar essa obra-prima.
Sampa é assim... e ainda a dura poesia concreta me fascina. Tento até fazer, mas é com grande frustração. E sim, acontece, alguma coisa no meu coração, Sampa é sonho, quiçá uma realidade, viver por entre suas entranhas, suas ruas, conhecer seus transeuntes, enfim, me envolver. É lindo, nem mesmo perderia meu tempo procurando espelhos, para me encontrar... depressa viverei, já que é assim que mais quero, debaixo de sua garoa, na cidade cinza.

back in orange!

Depois de alguns meses com esse blog desativado, resolvi voltar à ativa. Continuo com a mesma proposta, a de falar sobre qualquer coisa, principalmente música, arte, design, cinema, acontecimentos cotidianos como se estivesse num bar com os amigos. Nada é formal. Nada faz sentido algum. Ou não.
Escrevo o que me agrada. Ou não. Aqui escrevo sobre a vida real. No outro blog, o desanuviar no meu horizonte distante [odesanuviar.blogspot.com] falo sobre devaneios, introspecções, etc, numa forma poética [ou não].
O propósito desse blog? nenhum. O conceito está aí em cima. Pra que serve essa merda então, você [se é que existe um você na frente do computador] deve estar pensando - não serve pra nada... só para algo que o ser humano precisa: se comunicar. Desabafar, escrever, falar, colocar pra fora... é a necessidade. E também a vontade de fazer algo. Escrever, algo que eu preciso.
Por que back in orange? o blog é laranjinha agora. dãããã. não é só isso. Antes era preto, algo soturno, não é mesmo?? E quem liga pra isso. Adoro preto, prestei atenção no que tava fazendo... todo blog e fotolog meu no momento é preto... resolvi mudar. e pronto. tá laranja. Mas porque a porra do laranja??? Não é só porque gosto. É uma cor alegre, sim, e daí? Também é uma influência do filme Laranja Mecânica. ou Laranja MACmecânica [piada interna, que se eu explicasse o porque iria ferir a imagem de uma pessoa. e isso é antiético, ou seria anti-ético, ou anti ético? melhor, não seria ético]. Sim, eu admiro aquele filme. As cores, a violência, a sociedade. o psicodelismo, a música. Sim, a música... é perfeita. A fotografia... bom, acho melhor deixar para um post só do Clockwork Orange. Ah, também... curto AC/DC, por isso uma, digamos que quase paródia, com Back in Black. Meu... que idiota! quase paródia... que burra... você deve pensar... mas, eu não ligo... falo o que quero, ouço o que não quero! o que quero? provocar, instigar, passar despercebida também.
O que sou? Essa metamorfose ambulante. Sou o A e o Z. Sou tudo e não sou nada. Quero ser tudo, todas as coisas do mundo, pra saber quem sou...